sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Um anjo de chapéu vermelho

Sentada na lanchonete em frente à clínica, não queria admitir o meu medo. No dia seguinte eu seria internada para fazer uma cirurgia na espinha, uma operação de alto risco. Eu tinha perdido meu pai havia poucas semanas e me sentia desamparada. Era como se a luz que me guiava tivesse retornado ao Céu. Mas eu tentava encontrar forças na minha fé.
“Oh, Senhor, nessa época de provações, mande-me um anjo.”
Quando me preparava para sair, vi uma senhora idosa se dirigindo vagarosamente para o caixa. Fiquei atrás dela, admirando sua elegância – um lindo vestido xadrez vermelho e preto, um lenço, um broche e um chapéu vermelho-escarlate.
- Desculpe, senhora, mas não posso deixar de lhe dizer como é bonita. Vê-la assim tão elegante encheu-me de alegria.Ela segurou minha mão e disse:
- Minha doce criança, Deus a abençoe. Eu tenho um braço artificial, uma placa de metal no outro e esta perna não é minha. Levo um bom tempo para conseguir me vestir. Tento me arrumar da melhor maneira possível, mas, à medida que os anos passam, parece que as pessoas pensam que não tem importância vestir-se bem. Você hoje fez com que eu me sentisse uma pessoa especial. Que o Senhor possa protegê-la e abençoá-la porque você deve ser um anjinho enviado por Ele.
A senhora se foi sem que eu conseguisse dizer uma só palavra. Ela tocou a minha alma de tal forma que só podia ser o anjo que eu pedira.
(Tami Fox)
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